segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

SONHO DO AMOR PROIBIDO


 Eu tinha 26 anos, me apaixonei por uma menina de 15. Um amor inexplicável a primeira vista. Lutei desesperadamente contra esse sentimento, mas ela também me amou a primeira vista. E quando falei a ela, ela me disse que também lutava contra esse sentimento. Era um amor proibido. Um desgraçado amor profundo arrebatador. Amor que segurava, negava, recusava, fugia. E ela recusava, fugia, e negava.


Mesmo os dois negando, os dois amando como um imã que se repele e atrai ao mesmo tempo. Um magnetismo desenfreado, bastava botar os polos corretamente que se grudariam e nunca mais se soltavam.


Fui na casa dela conversar com os pais dela, com todo respeito de cuidado do mundo. Tive o consentimento para um relacionamento. E lá no porta retrato, uma foto dela de um ano e pouco atrás, uma criança brincando no chão de terra com os primos, e do meu lado uma mocinha formada. Um ano e pouco de diferença, de criança em mulher já se tranformara. A cabeça era de menina, corpo de mulher. E meu coração era só dela. Neguei, neguei e fugi. Me arrependi. Voltei atrás. Uma luta doentia contra o que sentia. Fugia, E os anos passavam, e o sentimento nunca mudava. Pensamento era dela. Fiz até um poema pra ela, chamado ELA, a Gabriela. Tanto incomodava mesmo estando com outro amor, ELA sempre voltava nos pensamentos, no coração, e no poema explanava minha paixão:


"ELA

vc eh uma pessoa que acalma meu coração, inspira escrever belas palavras, e que sejam sempre palavras inspiradas pelos bons sentimentos, que a poesia vire rotina e a felicidade percorra nossas veias como o sangue que nos dá vida.  se eu pudesse escreveria sempre. sempre. sempre. Sempre! pois a cada palavra que derramo aqui, vai enchendo nossos corações com a esperança de quem sabe que a paz de uma boa companhia  vale o tempo e a distância e a espera por longo dos tempos. amo vc!" Nunca mandei a ela.


Na época que conversávamos, um dia mandei uma música a ela. GunsnRoses Patience.


Eu achava que tínhamos que ter paciência. No tempo certo as coisas iam se ajeitar. E o tempo foi passando. Ela namorando de lá, eu de cá. Mas, sempre pensava, lembrava e me punia por ELA não ser minha. "Porque?" E o pensamento as vezes me batia, o amor feriu e nunca mais cicatrizou, marcas eternas na alma, marca de um eterno amor. Um arrependimento profundo que nunca passou. 


12 anos sem passaram. Sem contato, sem conversa, sem se ver. Não sei como, tenho o contato dela salvo em meu WhatsApp, apareceu aqui numa pesquisa de contatos,  abri pra ver, na foto de perfil, a comno vestido de noiva de seu casamento. "Que linda foto!" Dá vontade de dizer, mandar uma mensagem. Dizer falsamente "parabéns, que sejam felizes. Desejo muita sorte e felicidade". Mas seria muita falsidade.


E todo esse tempo, que passou, eu não fico pensando, nem lembrando, mas venho sonhando com ELA, só assim pra lembrar de sua existência. Porém fico pensando como, quanto, e quão profundo marcou esse amor a primeira vista. De alguma forma eu sei, ela deve pensar ocasionalmente, deve sonhar. Talvez, assim como eu, de vez em quando deve pensar, "e se tivessemos tentado? E se a gente ficasse junto? Será?" Não sei. Prefiro não ficar pensando muito nisso, só penso agora, pois sonhei, e acordei as 4:30 e comecei a escrever isso.


Esse imã, que um dia se encontrou, queria grudar mas tentávamos desviar e se repelia. Duas vidas muito Distantes não se atraem nem se repelem. Mas, vez ou outro sonho com ela. De tanto amores que tive, só ela eu sonho. Não fico pensando, em momento nenhum do dia, nem relembrando, nem comparando, me punindo, nada. Mas, sou vítima dos meus sonhos. Foram-se 12 anos, 4220 dias, e mais um sonho essa noite. Talvez meu coração ou minha alma estejam me punindo.


Hoje ela tem 27, a idade que eu tinha. Mas e daí...? O tempo é implacável só traz sabedorias.


6:04 da manhã e saiu o primeiro brilho do sol, vou ali trabalhar, mais um dia. Um dia respeitei um diferença enorme de idade, e hoje não será diferente, vou respeitar também uma mulher casada.


Danilo Fajardo 

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