terça-feira, 25 de agosto de 2009

Entre, o Céu e Inferno

Moro em um mundo de Cavernas industrializadas, onde os cavalos de potência cavalgam livremente pelas colinas quando não há rodízio, neste mundo, caçamos em horas semanais, mas o alimento retiramos do estoque conservado, validado e etiquetado.

Nossos mortos são encaixotados, datados para que seus restos não sejam devorados por feras carniceiras, mas a ignorância interna dos insetos dos Homens faz o trabalho das feras.

– Oh Ford, dá-me Forças

O sangue derramado diariamente escorre pelas valetas da cidade, vai para o esgoto e se mistura com a merda da sociedade e volta para minha mesa. como saneamento basico – Coma do meu corpo. Beba do meu sangue!!!

Deus esta na no alto do arranha-céu de terno e gravata, tomando cappuccino com três gotas e meia de adoçante, enquanto o demônio que se droga na sarjeta do subsolo a espera de uma migalha, com fome, frio, sujo, machucado e desamparado, fechado em seu próprio mundo de escuridão agoniza solitariamente junto ao Marx.

Ohhh, Ford. Perdoe-me!


Vai, Descasquem, céu e inferno, mostrem sua podridão, mostre sua ferrugem, mostrem quem vocês realmente são, seus buracos suas rachaduras.
- Tu é a cicatriz da natureza
- Tu será a ruína do ser humano expropriado que não renasce; é reformado, substituído, recapeado ou recuperado.


Um dia tudo acaba.

Oh, Ford! leve-me quanto antes deste mundo!

17/08/09
Danilo Fajardo de Oliveira

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